Cumplices
Sinto vibrar o celular e olho o aplicativo de mensagens. Fui adicionado a um novo grupo “Eternos amigos”, criado para organizar o reencontro dos formandos do 3º ano do Ensino Médio da turma de 2000 da escola Rui Barbosa. A mensagem introdutória dava as boas-vindas a todos numa mescla de cordialidade, redundâncias e forçoso coloquialismo. Pensei em sair do grupo, mas de imediato alguém me chama: - Fala, Adriano, quanto tempo, cara? - Era o Vitor, sujeito solitário e CDF que em épocas de colégio me salvava a vida com os trabalhos e com as provas bimestrais. - E aí, Vitor, tudo certo? Nisso entra a Mariana: - Oieee. Tudo bem, pessoal!!! Saudades!!! E logo começa uma enxurrada de emojis e mensagens. Coloco o grupo no silencioso e passo a acompanhar as conversas. - Galera, meu cunhado vai inaugurar uma churrascaria top na cidade, a gente poderia marcar nosso encontro lá, que tal? - Olha gente, se o cardápio for churrasco eu já vou avisando que não vou, pois não como carne, tá!? Esp...