Num piscar de olhos
Fazia um dia bonito e o trânsito fluía melhor que nos outros dias, se sentia feliz, acabara de ser promovido no emprego, e seu casamento já não estava mais em crise. Até sua saúde andava melhor depois que abandonou o cigarro, com bastante dificuldade é verdade, mas se sentia orgulhoso de si mesmo era um homem de propósitos e quando decidia algo era pra valer. Pensou que talvez já estava na hora de ter um filho, Marta o vinha pedindo já algum tempo, mas relutava, não antes de pagar a casa própria e de que ela quitasse o financiamento da faculdade, ainda restava a dívida do carro, mas isso era o de menos, tudo agora se arranjaria. Um filho encheria de alegria seu lar e ele deixaria ao mundo o legado de sua existência. Começou a cantarolar uma canção de infância, a mesma que ouvia de sua falecida mãe antes de colocá-lo para dormir. Cochilou, piscou os olhos e de repente um forte estrondo esmagou todas aquelas imagens entre ferragens, sangue e sonhos.
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