Dia de Praia

 

Foi o último dia de verão, o último banho de mar, uma despedida. O dia estava lindo, ela estava linda e a vida pulsante, o coração pulsante, o sol pleno. Entraram no mar e a água era uma delícia a vida era leve e as ondas moviam seus corpos que dançavam inquietos, soltos e salgados. Curavam-se dos dias fechados, cinzas, opacos. Riram por que rir faz parte dos bons encontros, dos momentos de descontração e confiança. Não traziam segredos, nem dissimulações inúteis eram o que eram e só. Não criavam complexas narrativas acerca da vida ou dos desejos, sabiam que eles existiam e que era natural que assim fosse e que cada qual tinha os seus e que nem sempre eles eram compatíveis. Não havia conflito. O encontro era de sol e mar e ambos queriam aproveitar. Os dias cinzas voltariam, certamente, o que era inevitável, mas até então, era mergulhar de cabeça no presente já que o amanhã será sempre outro dia, de praia cheia ou areia vazia.

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