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Mostrando postagens de 2016

Canção do Exílio Revisitada

Minha terra tem saúvas que os males do Brasil são. Nosso céu anda encoberto dada tanta poluição queimadas e devastação nossas flores já murcharam foi o amor que desertou. Em cismar, sozinho, à noite, que prazer encontro eu cá? Quem me dera eu ter asas e voar feito sabiá. Não permita Deus que eu morra de desgosto ou indignação. Ao ver o Estado brasileiro tão distante da nação.

O caminho das Índias passa por aqui

Esta crônica foi feita na época da novela Caminho das Índias e retrata algumas das similitudes entre Índia e Brasil no que tange ao preconceito e a discriminação social.  _ Pois é rapaz, eu depois de acompanhar alguns capítulos da novela das oito, não por opção, mas por falta dela, já que neste horário quem detém o mando inquestionável do controle remoto é minha mulher, ando pensando nesse negócio de castas que tem lá na Índia. _ Ah é... _ É, acho que nós aqui no Brasil não vivemos muito diferente daquela gente das índias. _ Pois eu discordo, onde já se viu vivermos como aquele povo sujo e bagunçado. Você já viu o que é o trânsito naquele lugar? _ Bom, trânsito por trânsito, acho até que proporcionalmente o nosso mata mais que o deles, mas não é só em relação ao trânsito que me refiro, falo também sobre a questão da desigualdade que enfrentamos. _ Espera aí, não vamos comparar, vivemos num país democrático, ou o voto de um vale mais que o do outro? Vale!? Claro que não...

Rabo de Saia

O olho no rabo o rabo na saia o rabo de olho no rabo da saia e o rabo preso por um rabo de saia.

As idas e vindas do amor

Tudo começa com uma troca de olhares, e neste instante, mágico para alguns mais românticos, temos a sensação de que pode estar ali a nossa cara metade, a tampa da nossa panela, o chinelo que mesmo meia sola parece na medida para nossos pés já cansados, rachados ou até com chulé. Então, pulamos de cabeça, ainda que alguns mais receosos entrem na ponta dos dedos, o que é uma prevenção inútil, já que inevitavelmente acabamos por mergulhar por inteiro no caudaloso lago da paixão e onde terminamos por nos afogar num mar de lágrimas e destilados que nos é servido com placebo sobretaxado na penumbra de um bar de baixa classe na vida boêmia de qualquer periferia da cidade. Num primeiro momento do nosso conto de fadas o sexo é ardente e a tolerância eterna, o que ameniza rusgas e desavenças eventuais. O ser amado beira a perfeição, e se não leva auréola é porque não é dado aos santos o direito de amar como a nós seres de carne e sangue.  A paixão é indicada para altos níveis de estres...

Resenha: Vidas Secas - Graciliano Ramos

Vidas Secas representa uma verdadeira síntese do que foi a Segunda Fase do Modernismo no Brasil. Época em que os escritores brasileiros preocuparam-se em evidenciar as mazelas do país, traçando um panorama da condição sócio política nacional. Temas como o coronelismo, a exploração humana, o abandono do Estado, e a falta de dignidade como princípio básico do direito humano são denunciados por meio de personagens periféricas que suportam as agruras de uma vida indigna e determinada por sua malfadada condição social. A narrativa constituída em terceira pessoa e linguagem formal registra a fuga de uma família de retirantes que recorre a esmo o arrido sertão nordestino em busca de condições mínimas de sobrevivência. A hostilidade do ambiente e a ausência de vida marcam o drama desta via crucis percorrida por Fabiano, a esposa Sinhá Vitória, seus filhos, o menino mais velho o menino mais novo e a cadelinha Baleia. Constituída de treze capítulos independentes a aleatoriedade em lê-los...

Trabalho hercúleo

Outro dia a professora de português mandou a gente ler dois diferentes textos e fazer um terceiro sobre o mesmo assunto. A tarefa causou queixas e arrepio, muito embora a gente já estivesse no Ensino Médio, portanto, ler e escrever não deveriam ser algo tão complicado, ainda mais para quem já está há tanto tempo na escola. Porém, e sempre há um porém, tempo de escola, necessariamente, não significa domínio da escrita, e assim como que numa equação sem solução eu também não encontrava jeito de resolver as atividades da aula de português. Tudo me parecia tão nublado e confuso que as palavras não encontravam nexo nem entre um sujeito e seu predicado. Puxa vida, pensei, por onde andará o sentido de minhas palavras. Procurá-lo na confusão dos meus pensamentos era como encontrar uma agulha no palheiro. Então revolvi voltar aos outros dois textos. Algumas releituras e a mesma insegurança depois, eu pensei, não tem jeito vou ter que começar logo isto ou nunca vou conseguir passar na matéri...

Trocadilho

Nesse Quiz Eu te quis E você me Kiss Cheisy Calabria

Resenha: As fantasias eletivas

Esta resenha foi feita em homenagem ao escritor catarinense Carlos Henrique Schroeder ganhador do prêmio Cruz e Souza 2016 com sua obra As fantasias eletivas . Parabéns Santo de Casa! O livro As fantasias eletivas de Carlos Henrique Schroeder, obra recomendada para o vestibular deste ano, me foi apresentado, por um amigo e também professor de literatura, em um bar da Avenida Brasil em Balneário Camboriú. Daquele momento em diante minha atenção e interesse foi focado nas envolventes páginas de sua narrativa que me serviram de companhia entre um chope e outro até a última letra do alfabeto, conforme a ordem narrativa. Mas do que trata As fantasias eletivas ? Apesar da boa companhia sua temática é a solidão. Nela Renê um recepcionista de hotel que trabalha no turno da madrugada lida com seu passado de percalços, com hóspedes argentinos, brasileiros e paraguaios, prostitutas e travestis que movimentam a portaria, a economia e o cotidiano da principal cidade turística do litoral norte...

Poema Viral

Ram, ram Atchim! Shuñ Coof, coof Brr Zzz

Poeminha Romântico

Te lembrar já virou rotina como escovar os dentes, ter que seguir frente e coisas assim... Já te esquecer é do que sempre me esqueço.

Profana divindade

A volúpia que nos animaliza é a mesma que te sacraliza deusa Vênus te louvamos, ascendendo nossos falos ante tua divina imagem te rogamos o milagre venha a nós o vosso sexo seja feita vossa vontade assim na terra como no céu que se desponta quando a ponta te perfura sempre dura na abertura do profano tão sagrado, quanto humano sem o que não poderíamos nascer nem viver sem ter prazer nem morrer para renascer.

Macunaíma o herói da nossa gente

A obra Macunaíma o herói sem nenhum caráter de Mário de Andrade publicada em 1928, relata o nascimento, vida e morte da personagem homônima. Trata-se segundo o próprio autor de uma rapsódia, ou seja, uma compilação de temas heterogênicos que caracterizam este que foi o romance ícone da primeira fase do Modernismo. Macunaíma nasce caçula numa aldeia indígena num lugar chamado Pai da Tocandira, seus outros dois irmãos Maanape, já velhinho, e Jiguê, na força de homem, o acompanharão por toda a fantástica narrativa que revelará as presepadas de um anti-herói malandro e sensual que personifica à imagem do brasileiro de todos os tempos e regiões deste país. Em suas andanças o herói conhece Ci a Mãe do Mato, por quem se apaixona e passam a viver um intenso amor de cama e rede, porém logo Ci padece e sobe ao céu por um cipó transformando-se num estrela, a Beta do Centauro. Antes, porém lhe entrega a Muraquitã, amuleto da sorte que é roubada por Piaimã o gigante comedor de gente, então Mac...

Perdição

Primeiro foi a maçã e lá se foi o paraíso, depois provamos seus beijos e consagrou-se a perdição. Jesus resistiu ao diabo, por esse não ser mulher. Já Maria Madalena, dizem, deu ao Cristo mais que fé. Ao pensar na trindade divina, nem Deus resistiu a mulher!

Coletiva de imprensa

Expectativa, suspense, sussurros e burburinhos... A sala estava lotada de jornalistas, que para ganhar o pão de cada dia esperavam horas (ela estava atrasada) para ouvir o que a ex-colega tinha a dizer. Enquanto esperavam, alguns comentavam que a conheciam dos tempos das “vacas magras”, quando ela, assim como eles, espremiam-se e acotovelava os concorrentes, fazendo de tudo para chegar mais perto do alvo, tentando conseguir uma informação importante e, quem sabe com sorte, um “furo”.Uma dessas ex-colegas, olhando por cima dos óculos para leitura comprados em farmácia, dizia: --Parece que ela conseguiu chegar bem perto do “furo”, hein? Enquanto o outro, com uma coxinha de galinha na boca tentava fazer uma piadinha: -- Mas quem acabou “furada” foi ela... – disse ele, esboçando um sorriso galináceo, que não foi correspondido. -- Essa aí foi esperta... e peituda. Tem que ter coragem pra fazer o que ela fez. -- Coragem e outras “cositas más”. – disse outro, aproximando-se da mesa de s...

Paradise

Você é  Belzebu no deserto da minh'alma me atirando maçãs para que eu as apanhe com a boca e depois te beije com hálito de pecado, te mostrando que o paraíso não é um plácido lugar, mas sim um palpitante estado.

Direito de imagem

Esta crônica foi escrita há alguns anos em virtude de uma reportagem da TV Globo, em que um ladrão roubava fios de cobre num viaduto em plena luz do dia, indiferente aos transeuntes, que também se punham indiferentes ao delito. Pô mó sacanagem meu irmão! Tão pensando que isso é zuera, porra! Tava eu lá no maior empenho pra tirar aquele caralho daqueles fio de iluminação do viaduto pra levantar um trocado ai pras necessidade, ta ligado, no maior sol eu de picareta e o diabo a quatro, dando altos trampo pra recolher o produto e não é que me vem um fdp dum repórter da Globo, o cara, querendo filmar o flagrante, querendo me expor pros homi, copio, aquilo me deu nos nervos, ta ligado, porra ninguém ali tava falando nada a galera que passava guardava maior sigilo, de boa é cada um na sua entende? A vontade que eu tava era de pegar aquela picareta e arrebentar nos corno daquele desgraçado, mas ai ia atrapalhar todo empenho e eu corria o risco de perder o bagulho, ta ligado. Daí foi que ...

Amor nos tempos de recall

Descartei-a da minha vida como quem tira o lixo para fora. E para que a consciência não me perturbasse enumerei cada um dos seus defeitos. Como pude suportá-los? Após essa rápida absolvição de culpa, me vi novamente livre, e pronto para um novo e sincero amor.

Uma aquarela para o outono

Tenho trinta anos e uma constatação: irei morrer! Não que eu esteja doente, encrencado ou algo assim, nada disso. Apenas me caiu a ficha de uma realidade tão certa quanto indesejada, numa boa expectativa, lá se foi bem um terço de meus anos, aproveitados, ou não, ao bel prazer de minhas (des)venturas. O desconfortante de minha digamos, constatação é a certeza de algo que de tão certo até  parece incerto. Explico: sabemos que algum dia, morreremos, verificamos isso ainda na pueril infância quanto nos dizem que o papai do céu levou aquele titio tão próximo que sempre trazia balas, contava as melhores piadas e nos levava ao parque para brincarmos no playground para depois tomarmos um delicioso sorvete napolitano, ou avô carinhoso que fazia todas as nossas vontades, contava boas histórias, e era cumplice de nossas traquinagens infantis, entre outros entes que tanto amamos e que de repente, já não estão mais entre nós, e nem sequer mandam uma única lembrança que seja. A gente fica ima...

Cara de bunda

Não sei por que "cara de bunda" ganha tons pejorativos se bunda tem cara alegre e ninguém resiste ao seu sorriso, mesmo estando ele atravessado?!
O Fusca ofusca

Fora do padrão

Nunca fui um vencedor E não espero pela vitória Paixões, luxo, glória Me deixem fora dessa história Vencer, vem ser nada. De vazios já estou cheio! Num mundo competitivo Eu não quero chegar lá Me arrepender e não ter tempo de voltar.

Lar doce/amargo lar

As vezes o mundo é tão grande impossível de abraçar. As vezes é tão pequeno que não dá pra se espichar. O mundo é tão feio, como quando estamos zangados. Mas pode ser muito lindo Quando estamos apaixonados. O mundo anda muito sujo e a gente não pára pra limpar. E quando o mundo entra em guerra é tiro pra todo lugar. O mundo anda muito quente. Desconfio que a culpa é da gente. Mas às vezes é tão frio de cortar o coração. E outras é tão vazio mesmo em meio a multidão. O mundo é perfeito, em meio a tanta imperfeição. O mundo é esse lugar por horas difícil de estar e que todos chamamos de lar.

Conjuntura econômica

A nova classe brasileira é a classe média café-com-leite.

Miscelânia

Vamos brincar de emendar palavras e constituir uma colcha de retalhos verbal na qual o único propósito é discursar e nada falar a não o ser o que se fala a não ser o que se sente na investida dos dedos tocando o teclado regidos ao improviso de divagações continuas e sensações de impulso que trazem a tona qualquer sentimento ou não sei lá o que vale é seguir pra onde não se sabe o ponto final poderá nos dizer ou não digo apenas que o propósito não tem de fato um propósito contudo se o buscas isso é contigo de mim eu sigo digitando sem qualquer foco específico afinal não redigo nenhum tratado sobre a grande importância da reprodução das abelhas africanas que afetam com seu pólen  a qualidade do ar que respiramos alias respirar é algo que não combina bem com este texto sem qualquer pontuação nem mesmo vírgulas mas quem precisa das pontuações Saramago praticamente as dispensa e ainda assim se tornou Nobel de literatura por falar em literatura o que vem a ser literatura expressão dos s...

Breve resenha sobre o livro Malditos Professores Mal Ditos

O romance: Malditos Professores Mal Ditos dos autores e professores Alvin Peterson e Carlos A. Corrêa publicado pela Editora: Clube dos Autores se apresenta de forma ficcional, mas que muito “coincidentemente” revela bastante a relação de seus personagens com a realidade sócio educacional brasileira, sobretudo a pública. Seu protagonista 08672/K é um professor admitido em caráter temporário ACT que é identificado durante toda narrativa por seu número de matrícula junto a Secretaria de Educação, o que sugere a anulação de sua personalidade e condição humana e a relação de sucateamento estabelecida pelo Estado empregador para com o servidor da educação.   O espaço da narrativa não seria outro senão o ambiente escolar por onde circulam outros professores também identificados por suas respectivas matrículas, alunos identificados por seus respectivos (maus) comportamentos, pais “especialistas em educação” que contribuem para os principais momentos de tensão e, opressão da trama, c...

Esperança

O candidato prometeu mudanças Acreditei Então, pediu meu voto Eu dei Eleito aumentou os impostos Paguei Quando arrochou os salários Economizei Ai veio a crise Afundei E quando tudo parecia perdido vieram novas eleições. Adriano Salvi.

Pretéritos

Se eu pudesse dominar minha emoção te extrairia do meu peito, dos meus pensamentos deste poema. Contudo eu te quero, mesmo não te querendo. Sinto raiva desta minha patética vulnerabilidade frente a ti. Quero estar livre, para um novo amor talvez, e tu não me permites. Por que tu não me permites? Daria o mundo por ti, e nada quero dar-te se não às costas. Estou confuso, quero encontrar-me, onde puseste as chaves que abrem esta prisão? LIBERDADE!!! Quero gritá-la aos quatro ventos ao sentir que já não estás mais em mim, que minha ilusão novamente me pertence e que tu já não passas de um pretérito perfeito ou mais que perfeito. Adriano Salvi.

Boa Companhia

Ler é mergulhar no oceano das palavras e retirar de lá os mais valiosos tesouros; É descobrir o que há por detrás do buraco da fechadura; É encontrar  respostas ou instaurar dúvidas; É despir-se da ignorância e trajar-se de luz; É despertar os sentimentos vários até transbordar de tanta emoção; É dar asas a imaginação e viajar até o infinito sem sair do lugar; É aventurar-se com as personagens e reconhecer-se através delas; É dialogar com o silêncio e aprender sem professor; Por fim, é sorver a vida como um delicioso refresco numa ensolarada tarde de verão. Adriano Salvi.