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Mostrando postagens de dezembro, 2016

Canção do Exílio Revisitada

Minha terra tem saúvas que os males do Brasil são. Nosso céu anda encoberto dada tanta poluição queimadas e devastação nossas flores já murcharam foi o amor que desertou. Em cismar, sozinho, à noite, que prazer encontro eu cá? Quem me dera eu ter asas e voar feito sabiá. Não permita Deus que eu morra de desgosto ou indignação. Ao ver o Estado brasileiro tão distante da nação.

O caminho das Índias passa por aqui

Esta crônica foi feita na época da novela Caminho das Índias e retrata algumas das similitudes entre Índia e Brasil no que tange ao preconceito e a discriminação social.  _ Pois é rapaz, eu depois de acompanhar alguns capítulos da novela das oito, não por opção, mas por falta dela, já que neste horário quem detém o mando inquestionável do controle remoto é minha mulher, ando pensando nesse negócio de castas que tem lá na Índia. _ Ah é... _ É, acho que nós aqui no Brasil não vivemos muito diferente daquela gente das índias. _ Pois eu discordo, onde já se viu vivermos como aquele povo sujo e bagunçado. Você já viu o que é o trânsito naquele lugar? _ Bom, trânsito por trânsito, acho até que proporcionalmente o nosso mata mais que o deles, mas não é só em relação ao trânsito que me refiro, falo também sobre a questão da desigualdade que enfrentamos. _ Espera aí, não vamos comparar, vivemos num país democrático, ou o voto de um vale mais que o do outro? Vale!? Claro que não...

Rabo de Saia

O olho no rabo o rabo na saia o rabo de olho no rabo da saia e o rabo preso por um rabo de saia.

As idas e vindas do amor

Tudo começa com uma troca de olhares, e neste instante, mágico para alguns mais românticos, temos a sensação de que pode estar ali a nossa cara metade, a tampa da nossa panela, o chinelo que mesmo meia sola parece na medida para nossos pés já cansados, rachados ou até com chulé. Então, pulamos de cabeça, ainda que alguns mais receosos entrem na ponta dos dedos, o que é uma prevenção inútil, já que inevitavelmente acabamos por mergulhar por inteiro no caudaloso lago da paixão e onde terminamos por nos afogar num mar de lágrimas e destilados que nos é servido com placebo sobretaxado na penumbra de um bar de baixa classe na vida boêmia de qualquer periferia da cidade. Num primeiro momento do nosso conto de fadas o sexo é ardente e a tolerância eterna, o que ameniza rusgas e desavenças eventuais. O ser amado beira a perfeição, e se não leva auréola é porque não é dado aos santos o direito de amar como a nós seres de carne e sangue.  A paixão é indicada para altos níveis de estres...

Resenha: Vidas Secas - Graciliano Ramos

Vidas Secas representa uma verdadeira síntese do que foi a Segunda Fase do Modernismo no Brasil. Época em que os escritores brasileiros preocuparam-se em evidenciar as mazelas do país, traçando um panorama da condição sócio política nacional. Temas como o coronelismo, a exploração humana, o abandono do Estado, e a falta de dignidade como princípio básico do direito humano são denunciados por meio de personagens periféricas que suportam as agruras de uma vida indigna e determinada por sua malfadada condição social. A narrativa constituída em terceira pessoa e linguagem formal registra a fuga de uma família de retirantes que recorre a esmo o arrido sertão nordestino em busca de condições mínimas de sobrevivência. A hostilidade do ambiente e a ausência de vida marcam o drama desta via crucis percorrida por Fabiano, a esposa Sinhá Vitória, seus filhos, o menino mais velho o menino mais novo e a cadelinha Baleia. Constituída de treze capítulos independentes a aleatoriedade em lê-los...