É noite e chove incessantemente, estacionado numa rua penumbra e de raro movimento, dado as condições do tempo e o avanço do horário, um carro com seus vidros totalmente embaçados testemunha o que provavelmente poderia ser a perda de um réu primário, um atentado ao pudor, uma atitude desavergonhada e digna de constrangimento, mas, sobretudo, de muita libido. Quanto mais se intensifica a chuva lá fora mais se aquecem os corpos aqui dentro, há uma tensão líquida instalada entre eles, uma ardente volúpia no olhar, uma vontade de se atracar numa luta corporal, sensual, instintiva, feitos dois bichos que se rendem ao chamado da natureza e devoram-se num apetite crescente, incessante e voraz. Os corações palpitando, os nervos tensos as bocas molhadas já salivando a luxúria. Encaram-se frente a frente, não há mais volta, apenas o desejo pulsante, ardente, incontrolável. Atracam-se.
Excelente miniconto professor! Taylor aqui.
ResponderExcluirÉ isso Tayllor. Tamô junto!
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