Temporadas


 Sítio Arqueológico

Ninguém sabe ao certo de onde eles vieram o que se sabe é que já estavam aqui desde muito, muito tempo, e quando saíram o que também é um mistério, deixaram como marcas seu cemitério de antepassados, supostas trilhas que serpenteiam a exuberante mata atlântica e registros rupestres que contam a epopeia de antigas civilizações pré-colombianas que habitavam este litoral. Esse foi um tempo bucólico cuja lembrança é recontada em carbono quatorze e exposta às futuras gerações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Natureza I

Verde e azul compõe as principais cores deste cenário natural, subtropical. A imensidão de mar traça uma distante e extensa linha do horizonte por onde caminha a imaginação em meio ao voo dos pássaros, pequenas embarcações, e prateados peixes que saltam para fora d’água, iluminando o cenário, um radiante sol matinal se levanta na eterna complacência dos dias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Natureza II

No continente verde os morros também dão forma à imaginação, Gavião, Jacaré, Careca, Teta, os nomes abundam conforme suas características e quantidades. Elevações em que se sobe para contemplar o sol nascente ou o poente, andar nas nuvens e olhar do alto a amplitude de um extenso e verde tracejado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Povoado

Lá em baixo uma capela antiga conta histórias de colonização, de fé e conquistas de sucessivas gerações, seus degraus lembram o caminho da salvação, seu sino repousa após tanta badalação, seus fiéis oram, casam-se e fazem quermesses. Na praça em frente o povo se encontra, conversa, canta, dança, faz feira, festa, sarau. Lá em baixo a vida se agita feito ondas no mar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fluxo

O rio que camba, Camboriú, sinuoso serpenteia as matas a praça e a antiga vila, Arraial do Bonsucesso, e vai desaguar no Atlântico. Dele partem os barquinhos para o mar junto com a esperança de boa pesca. O pescador é o senhor das águas e delas traz seu sustento, suas histórias e uma forte tradição que reconta os princípios de antigas colonizações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Praia

Depois do rio fica a praia e nela todos os encantos, e isso quem descobriu foram os nossos vizinhos, de perto de longe muito além das fronteiras dos sotaques e idiomas. Veranear virou verbo, desejo, satisfação. Todos querendo seu lugar ao sol e a areia foi enchendo, enchendo até virar um mar de gente o balneário transbordou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ilha

De frente para a praia uma ilha solitária observa o vai e vem de turistas, embarcações e temporadas ano após ano. Nela coabitam pássaros, crustáceos e dizem até que cabras viviam lá a berrar, pastar e dar leite num espaço de chão alcançado apenas pela vista e imaginação dos que da praia contemplam sua singular beleza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estação

De costas para a praia uma rodovia muito longa foi construída para ligar o norte e o sul e não demorou para que a parada se tornasse obrigatória, e o local de passagem se tornasse o destino de várias gerações, vindas de diferentes lugares desembarcando numa mesma estação a estação do encanto, plataforma da esperança.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Corpos

A busca pela beleza instiga e atrai o homem que se comove diante dela. Aqui ela se estende para onde quer que a vista alcance, a cordilheira, o céu, a praia e o mar. Sungas e biquínis desfilam na areia dando movimento extra aos oblíquos olhares que jamais se cansam de contemplar. Aqui as esculturas de concretos contornos também ganham sinuosos e atraentes movimentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Personagens

Pelas ruas e calçadões desfilaram e ainda desfilam personagens folclóricos, tipos incomuns só encontradas por aqui como o caso do cão Sorriso candidato dos inconformados a prefeito local, não venceu, mas ganhou busto em frente à praia; o homem de chifres e seu famoso megafone que anunciava a temporada de verão; Gato Preto e seus saltos voadores pelo ar; os sambas imemoriais do mestre Palheta; um velho gaúcho pilchado a militar nos semáforos da Quarta Avenida; além de uma tia que se tornou a rainha da cocada, a voz de um povo que luta, labuta e resiste em meio as adversidades desta selva de pedra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gringos

Me gusta, dicen los hermanos, la caipirinha, la playa, La Gruta. ¡Viva la fiesta! El próximo verano volveremos y así todos los años se repiten. Una mezcla de portuñol se escucha por las calles, bares, restaurantes, tiendas, hoteles, peatonales. No, no estamos en la frontera estamos en la maravilla del Atlántico Sur. Estamos en Camboriú aunque Camboriú a nadie le conozca.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Singular/plural

Outras línguas também aportaram por aqui, árabe, chinês, inglês, alemão, italiano etc. A diversidade marca o cosmopolitismo de uma cidade jovem e dinâmica e assim vai-se criando um mosaico cultural, plural uma identidade rica e fragmentária que se reconhece pela multiplicidade de raças, credos e costumes. Uma cidade que por ser tão plural se revela única, singular.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mártir

Com tanta gente para contar e fazer história a cidade produz seus mitos e heróis Higino João Pio foi um destes, primeiro prefeito eleito, vítima do autoritarismo vai representar uma das mais traumáticas passagens da nossa história. Foram tempos de intolerância em que a democracia agonizava nos porões da ditadura e a liberdade não era mais que um sonho em meio a um pesadelo. Acordados mantemo-nos atentos, firmes e fortes para que as lições do passado afugentem os monstros que ameaçam nossas vidas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ilustre

João Goulart que o diga, o presidente destituído pelo golpe, fazia seus veraneios por aqui. Gostava tanto que chegou construir um lar em frente ao mar. Depois ganhou estátua, virou nome de escola, cidadão ilustre, presidente do Brasil.  Camarada que entre uma luta e outra encontrava aqui sua melhor estada.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Temporadas

Na passagem do tempo a cidade vai se modificando, mudam os trajes de banho, os automóveis a beira mar, os bares, hotéis, restaurantes e boates. A cada geração uma nova urbe surge num horizonte metamórfico e constante. Aqui a vida não para, segue incessante feito às ondas a se suceder no mar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ondas

Ondas que também decoram a paisagem urbana presentes no calçadão à beira mar, na arquitetura do histórico prédio da prefeitura, na fachada de seus edifícios. Há também as ondas de turistas primeiro os jovens estudantes e seus dias de praia e noites de festa, depois famílias circulando por restaurantes, lojas e empreendimentos turísticos, e por fim os aposentados com seus passeios, bailes e concursos. Um ciclo que se repete a cada nova temporada, ondas que agitam esse pitoresco litoral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Arranha-céus

A cidade cresce de forma vertiginosa, basta olhar para cima, é fácil se perder na contagem dos andares. As linhas verticais ornam com a horizontal linha do oceano. E lá do alto a imensidão parece estender ainda mais os limites deste paraíso concreto, espelhado pelo azul verde e mar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Espaços Coletivos

Prédios, teatros, museu, biblioteca, igrejas, Cristo Luz, teleférico, praças e feiras, roda gigante. A vida em Balneário é pulsante. O barco com seus piratas espanta qualquer tédio e faz da alegria sempre o melhor remédio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O povo

Ele está em toda parte, em qualquer canto, espalhado pela cidade. O povo que é tão diverso que levanta prédios e que faz versos. Conta histórias, faz história, se torna história. O povo é um mar de gente a se espalhar pela cidade a encher de vida cada canto com seu canto, seu lamento, seu amor. O povo é a temporada aberta para a vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Biografia

Adriano Salvi, antes de qualquer coisa, já conta com muitas temporadas e engrossa à onda dos que fazem deste balneário um mar de sonhos, afetos e esperanças.  

 

 

 

 



 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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