Tenho trinta anos e uma constatação: irei morrer! Não que eu esteja doente, encrencado ou algo assim, nada disso. Apenas me caiu a ficha de uma realidade tão certa quanto indesejada, numa boa expectativa, lá se foi bem um terço de meus anos, aproveitados, ou não, ao bel prazer de minhas (des)venturas. O desconfortante de minha digamos, constatação é a certeza de algo que de tão certo até parece incerto. Explico: sabemos que algum dia, morreremos, verificamos isso ainda na pueril infância quanto nos dizem que o papai do céu levou aquele titio tão próximo que sempre trazia balas, contava as melhores piadas e nos levava ao parque para brincarmos no playground para depois tomarmos um delicioso sorvete napolitano, ou avô carinhoso que fazia todas as nossas vontades, contava boas histórias, e era cumplice de nossas traquinagens infantis, entre outros entes que tanto amamos e que de repente, já não estão mais entre nós, e nem sequer mandam uma única lembrança que seja. A gente fica ima...