Não havia quem não o temesse, pois habitava na natureza um animal terrível, uma besta-fera que insistia em destruir tudo o que encontrava pela frente. Era guardião do medo e da morte e ninguém podia lhe fazer frente que logo era devorado pelo seu apetite voraz. Podia estar na terra, na água e no ar, nada escapava a seu faro de predador. Pássaros, peixes, mamíferos, todos eram perseguidos, capturados e dizimados. Nem o feroz leão, nem o grande urso polar, nem mesmo o rinoceronte podiam enfrentá-lo. Nada escapava das suas garras, caninos ou do fogo avassalador que lançava sobre suas vítimas. Este horrendo ser não tinha piedade e tampouco conhecia limites. Insaciável, havia levado à extinção milhares de espécies. E, de tão perigoso, representava uma ameaça, inclusive, a si mesmo. E o que mais surpreendia neste grotesco e assustador animal era o fato dele ser o único civilizado dentre todos os demais.